FILMOGRAFIA DE CORNÉLIO PIRES
Primeiros contatos coma câmera;
Em 1922, um ano após publicar “Conversas ao Pé do Fogo”, Cornélio esteve no Rio de Janeiro, onde se exibiu em algumas casas de diversões. E, ao apresentar-se num espetáculo beneficente na Associação Brasileira de Imprensa, logo após o encerramento, recebeu os cumprimentos do Maestro Eduardo Souto, santista de nascimento mas que fez carreira no Rio de Janeiro, tornando-se um dos maiores compositores populares de seu tempo, o qual convidou Cornélio para que formassem um grupo regional. Cornélio topou, e o grupo estreou no dia da inauguração do Palácio das Festas, nas festividades comemorativas ao Primeiro Centenário da Independência.
Encantado com o resultado das cenas que haviam filmadas, e terminados seus compromissos com o maestro Eduardo Souto, o nosso querido escritor retornou a São Paulo, onde uniu-se ao cineasta Flamínio de Campos Gatti, e já em 1923, juntos partiram para as filmagens ao Nordeste do Brasil.
Cornélio produziu então, dois filmes, ou melhor, dois documentários, “BRASIL PITORESCO” (1923) e “VAMOS PASSEAR” (1934). O documentário “Vamos Passear”, segundo o escritor folclorista Piracicabano, Dr. João Chiarini afirmou em seu discurso em Tietê, na Primeira Semana “Cornélio Pires” em 1959, trata-se do lº FILME SONORO feito de maneira INDEPENDENTE, conforme podemos constatar na Revista Sertaneja, ano II, nº 17, na página 20 da mesma.
Filmes feitos por Cornélio Pires
1923 – Brasil Pitoresco
Documentário em colaboração com o cineasta Flamínio de Campos Gatti. Aspectos de cidades Brasileiras. Joffre dá a data de 1923 e Maynard a de 1922. Foi realmente feito em 1923. Em sua carta a B. J. Duarte, Joffre diz que a película foi “rodada em janeiro de 1923, por Flamínio Campos Gatti e pelo próprio Cornélio Pires, focalizando aspectos de Santos, Rio, Bahia e outros Estados do Norte e Nordeste”. A seu pedido, foi o filme exibido em Tietê, em Julho de 1959, com geral agrado. Informa, finalmente, que a fita estava (em 1960, data da carta de Duarte) em poder da família de Cornélio Pires. Já naquela época o grande idealista e corneliano alertava que o “filme necessitava de alguns retoques, prejudicado pela ação do tempo”.
1934 – Vamos Passear
Filme sonoro, produzido basicamente em duas partes, na primeira, com uma visão naturalista e á frente do seu tempo Cornélio apresenta a caça e o desmatamento já abusivo nas margens do rio Tietê da época, em forma de protesto e até mesmo denúncia, pois recrimina algumas posturas herdadas do caipira da época como queimadas. Detalhe para as imitações de aves de Arlindo Santana. Na segunda parte da peclícula, o próprio Cornélio Pires, depois de uma série de imagens do rio Tietê com a cidade de Bom Jesus do Pirapora ao fundo, apresenta os caipiras da sua famosa Turma cantando o verdadeiro samba paulista e a “moda do Selo”, interpretada por Mandy e Sorocabinha.
Filmes Baseados nas obras de Cornélio Pires
1918 – Curandeiro
Roteiro extraído do conto Passe os Vinte (de Quem Conta um Conto…), filme rodado por Antônio Campos, com Sebastião Arruda como intérprete. Foi visto por Zico Pires em Tietê, no antigo Teatro Carlos Gomes. Esta informação foi colhida em Joffre (p. 108).
1970 – Sertão em Festa
Produzido pela Servicine, baseado na novela Sacrificados (Meu Samburá) e dirigido por Osvaldo de Oliveira. Os principais artistas foram Marlene Costa, Nhá Barbina, Francisco Di Franco, Tião Carreiro e Pardinho, Egidio Eccio e outros. O filme teve grande êxito. Nele tomaram parte catiteiros, violeiros, etc. A pré-estreia foi em Tietê, em benefício da Granja de Jesus.
1985 – A Marvada Carne
Pelo Cineasta André Klotzel, tendo ele se baseado mais principalmente na obra “As Estrambóticas Aventuras do Joaquim Bentinho, o Queima Campo” (1924).
Fontes;
Macedo Dantas; Criação e Riso
Jofre Martins Veiga; Avida Pitoresca de Cornélio Pires
Pedro Henrique Macerani; A Turma Caipira de Cornélio Pires